segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mudanças

E quando os sentimentos mudam?
E quando já não há mais frio na barriga, vontade de ficar junto, interesses em comum?
Temos como resgatar o que já foi um dia?
Temos como ser reconquistados?
O que destrói um relacionamento? A rotina? A chegada dos filhos? Os compromissos do dia a dia? Dívidas? 
Eu casei para que fosse para sempre. Mas, hoje, me parece que o para sempre, é tempo demais...
Mudei eu? Mudou ele? Mudamos ambos?
E me sinto tão bem, tão disposta, tão viva, mas o companheiro não acompanha meus sonhos. 
Serei eu muito sonhadora?
A vida precisa ficar assim, enfadonha?
Sem surpresas? Sem romances? 
Daqui para a frente, terei uma sucessão de dias comuns e iguais?
Onde entram meus sonhos? Meus planos de um futuro bacana, divertido?
Onde foi parar meu companheiro? Porque eu quero um companheiro, não um filho adulto.
Não quero ter que tomar todas as decisões da vida sozinha.
Quero ter algumas decisões tomadas por mim, e problemas resolvidos para mim.
Carro arrumado, ipva, iptu, pneus, viagens de férias para um hotel bacana, num destino revigorante.
Quero ganhar roupas, e chocolates.
E livros.
Quero ir ao cinema de tarde.
E tomar um café na Kopenhagen!
E conversar, a tarde toda, o dia inteiro. Planejar viagens malucas,
e criarmos as filhas em comum, pensando juntos, na escola, no acampamento, nos vestibulares que irão prestar, cursos extras.
Ter um companheiro, para cada pedacinho das minhas dúvidas.
Para acalmar meu coração, escutar minhas palavras, ler meus textos e dar opiniões válidas, secar minhas lágrimas e as vezes, simplesmente me abraçar, de olhos fechados, sem cobrar nem me perguntar nada. Simples assim.
Ou nada.
Para ser sozinha, prefiro ficar realmente sozinha.
E tento dizer, várias vezes, mas não me compreende.
Então fico assim,
sufocada.
Bem assim!!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Meu agora

Se eu tiver que viver, que eu viva agora.
Se eu tiver que ser feliz, que eu seja agora.
Se a vida é esta que tenho, que eu aprenda a ser feliz do jeito que dá, com o que tenho e como posso fazer.
Agora.
Não quando minhas filhas crescerem, não quando me aposentar, não quando o governo mudar, ou quando chegar o verão, ou a primavera.
Que seja assim, deste jeito.
Que eu aprenda a olhar o céu azul com vento, e pense numa pipa.
Que cada pessoa que eu atenda, seja especial, e eu encare como alguém que tem algo de muito importante para me dizer e me ensinar.
Agora.
Não amanhã.  
Não um dia, quem sabe...
Agora.
Que esta consciência do presente seja presente, e preciosa.
Que eu seja consciente.
De cada minuto, de cada pessoa, de cada momento.
Do agora.
Que eu seja amor, que eu viva o amor, e seja gentil.
Que eu seja calma.
E amorosa.
E paciente.
Amável.
Consciente, do agora.
Agora e sempre.
E o dia de hoje, seja memorável, porque estou presente, por inteiro.
Que sejam sempre assim.
Meus dias,
meu agora!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Dia Branco

Sabemos que precisamos de chuvas.
Sabemos que as chuvas são necessárias e tals, mas dias brancos, destes assim, com cara de inverno, com cara de que algo ruim vai acontecer, acabam comigo!
Me trazem uma certa melancolia, uma saudade inespecífica, de algo que já tive e perdi, ou que ficou para trás.
Fico fechada dentro de meus pensamentos, observando a vida que passa lá fora.
Somos todos tão iguais e tão diferentes.
Como podemos adentrar o mundo de cada um? Como fazer para entender tudo o que acontece? Como conseguir viver um dia de cada vez, sem me preocupar com o futuro, com meus medos, sem sentir dúvidas ou solidão?
Por que não alcançamos a tranquilidade?
Pensava que era só eu que era meio assim, intensa e complicada, mas todo mundo tem seu probleminha!
Chega a ser ao mesmo tempo triste e engraçado. 
Variações sobre o mesmo tema.
Saúde, sucesso, dinheiro, amor.
Basicamente isso.
Mundo moderno.
Vidas solitárias.
Silêncio!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Decepções

Ontem eu falei sobre o cada um, de cada um.
Mas, estive pensando, na verdade, para chegar no texto anterior, tive muitas decepções. 
Chegar à conclusão de que cada um tem um jeito, de que a verdade de cada um é diferente, de que não existe A Verdade, demorou-me bastante tempo e muitas lágrimas.
Sei como sou, sei do que é importante para mim. Sempre tento agradar, tento fazer meu melhor, tento fazer a diferença, mas o mundão não é assim.
E então, ao concluir que cada um tem um jeito, na verdade, estou me isolando.
Porque o que tem acontecido, é justamente eu tentar entender e aceitar o jeito de cada um, porém, nem sempre sou compreendida e respeitada.
E sinto preguiça, sabe?
Preguiça social, preguiça de novos amigos, preguiça de me relacionar.
Não que seja um bicho do mato, mas tenho fortes tendências em me transformar numa futura reclusa.
Gosto de conversar, gosto de gente, de histórias, de emoções... Mas sinto falta de encontrar pessoas com interesses semelhantes.
E as pessoas simplesmente se vão, sem justificativa. Talvez sejam as mudanças internas. Interesses que se modificam e afastam.
E resta-me aceitar, o famoso cada um de cada um.
Bem assim!


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pontos de vista

Ontem, saí para correr, e coloquei música, coisa que raramente faço, porque na maioria das vezes, converso nos treinos.
Sim, eu converso nos treinos, porque no momento, minha meta não é virar queniana, ganhar provas ou coisas do tipo, minha meta é fazer boas distâncias, ter resistência física e, principalmente, me divertir.
Mas não era sobre isso que queria dizer, quero falar sobre meus pensamentos durante a corrida.
Ando pensando inclusive, em correr com um gravador, para gravar o que penso, e depois, transcrevê-los aqui, para poder dividir um pouco do que se passa na minha mente mega criativa.
Ontem, em especial, estava pensando sobre os pontos de vista. 
Em quantas pessoas que se julgam donas da verdade, e esperam que tenhamos reações de acordo com suas opiniões.
Não existe verdade alguma.
Nada é certo ou errado.
O que penso ser importante, é procurarmos viver de maneira completa, real e rica.
Cada um tem sua peculiaridade, seu jeito, manias, pensamentos, loucuras.
Sem certo ou errado.
Cada um tem seu cada um.
E a sua verdade, pode não ser a minha, mas isso não faz de você uma pessoa ruim, apenas, uma pessoa diferente de mim, e aí que está a graça do mundo, a graça da vida...
Conviver com as diferenças, e aprender com elas.
Vamos respeitar nosso cada um, e o cada um de todos os outros.
Beijo grande!

sábado, 15 de agosto de 2015

Cabelos brancos

Há um tempo atrás, achei um fio de cabelo branco na testa.
Rapidamente, o arranquei. 
Passado algum tempo, ele voltou, acompanhado de alguns irmãos.
Arranquei-os todos.
Eles passaram a voltar mais rapidamente, e resolvi deixá-los viverem sua vida branca, grossa e rebelde em paz.
Tinha uma pequena mecha branca, bem na frente.
E deixei-a. Porém, nesta ocasião, trabalhava com uma auxiliar que falava o dia inteiro sobre meus cabelos brancos, todos os dias da minha vida. Não sou muito de ir pela cabeça dos outros, mas confesso que ela me venceu pelo cansaço, e acabei eu mesma, tentando pintar minha mecha.
Não fiz um bom trabalho, e acabei tendo que ir parar na cabeleireira, para fazer luzes e tentar minimizar o estrago... Mal imaginava que aí começariam danos maiores ainda...
Comecei com luzes suaves, mas o cabelo cresce, e a cada retoque, mais loira ia ficando... Ser loira realmente é um sucesso, chama a atenção onde vamos, mas, sempre existe um mas... o cabelo acaba ficando muito danificado, e não existia produto para loiras que eu não comprasse e tentasse resgatar o que um dia tinha sido meu belo cabelo.
Nesta época, até esqueci que tinha cabelos brancos, porque estava tão loira que eles nem apareciam, porém, estavam ressecados, duros e nunca ficavam bem longe de uma escova. Aquela era uma vida de escravidão.
No começo deste ano, resolvi dar um basta na minha fase loira.
Cortei o cabelo curto, e deixei-o natural.
Nas pontas, ainda tenho um resto do loiro, e na franja, um tanto de cabelos brancos.
E eles estão aqui, na minha frente, me mostrando que o tempo está passando, me mostrando que a idade vem chegando, e me levando a uma crise que muitas mulheres passam.... pintar? Voltar a ser loira? Deixá-los onde estão?
Por que não podemos ter cabelos brancos?
Por que temos que aparentar uma juventude eterna?
Por que ter cabelo branco significa desleixo para mulheres, e não charme, como muitos homens grisalhos são chamados?
Esta ditadura estética me incomoda. Estou mesmo envelhecendo, não que eu seja velha, mas existem mudanças ocorrendo com o passar dos anos, e estes cabelos brancos mostram exatamente isso.
Eles estão por aqui, por enquanto. Estamos numa convivência pacífica. Não que eu os ame, mas também não os odeio. Por enquanto, não irei mascará-los.
Quem se incomodar, olhe para meu sorriso, este continua largo e com dentes!
Bjs




quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Transformações

Estou em constante mudança.
Como nuvem perdida no céu, quero ser leve, diáfana, criativa, solta e livre.
A grande dúvida é, nascemos para sermos nuvens ou sermos árvores?
Porque a todo lado que olhos, vejo pessoas árvores, rígidas, fincadas em conceitos profundos e imutáveis.
Amo as árvores, mas não quero ser uma.
Quero ser leve, solta, mutante.
Quero me recriar, me permitir, me transformar.
E para deixar tudo isso acontecer, preciso estar tranquila e me deixar levar pelo fluxo da vida.
Parar de querer que as coisas sejam como quero, no momento que desejo.
Simplesmente ser.
Ver o lado bom da vida, buscar céus azuis, mares verdes, ventos intensos. Quando estiver saturada, me juntar a outras pessoas nuvens, e varrermos o mundo com muita água que limpa e transforma.
É assim que quero ser.
É assim que será daqui para frente.
Deixarei a transformação acontecer, porque é chegada a hora de tomar meu destino em minhas mãos.
A vida é muito rápida para ser desperdiçada com coisas que não nos satisfazem.
Quero mesmo é ser!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Dúvidas

Sabem,
Eu tenho muitas dúvidas.
Sobre muitas coisas...
Na verdade, eu nada sei sobre muitas coisas, e as que penso que sei, se começar a pensar sobre elas, também fico com incertezas.
Tenho dúvidas sobre minha profissão.
Sim, gosto da minha profissão, mas sinto-me pouco remunerada, desvalorizada pelos convênios!

Tenho dúvidas se devo parar com meu trabalho e eu cuidar da minha mãe, porque ela não se ajeita com nenhuma cuidadora.
Tenho dúvidas se Deus escuta minhas orações, ou se ouve minhas conversas tão intensas com Ele. 
Tenho dúvidas se minha fé é suficiente como fé, porque se fosse realmente firme, eu não teria tantas dúvidas sobre tantas coisas.
Tenho dúvidas se vale a pena escrever nesse blog, será que alguém tem interesse em ler minhas bobagens.
Tenho dúvidas se posso realmente sonhar outras coisas, se posso me reinventar, como penso em fazer.
Tenho dúvidas se existe realmente um cronograma a ser seguido, ou se vivemos uma sucessão de acasos.
Existem sinais de Deus?
Outras pessoas também tem dúvidas?
Eu sou normal, ou isso é loucura?
Tenho uma amiga que diz que conversar com Deus, é normal...Ouvir Sua resposta é que é o problema...
Por que sou tão assim? Tão intensa? Tão só?
Queria conversar com alguém que me respondesse algumas questões, não que ficasse me passando sermão ou tentando me levar para sua igreja.
Mundo complicado, sou eu a complicada....

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Fases

Sou tão de fases.
Tem épocas que estou em paz, feliz com quem sou, feliz com o que tenho, feliz com minha vida.
Porém, tem épocas que sinto uma grande insatisfação. Nada do que tenho é suficiente, foco no que não posso, e não no que consegui.
Tão antagônico.
Como posso ser tão contrária dentro de mim mesma?
E tem pessoas que conseguem trazer apenas a insatisfação em mim. São pessoas que me fazem sentir mal, insatisfeita, incompetente, triste. Parecem que como dementadores, do livro Harry Potter, sugam minha energia vital.
Antes, eu as achava culpadas, por me colocarem para baixo. Mas depois, com um pouco de observação dos meus sentimentos, percebi que não são elas que causam isso em mim, sou eu mesma que permito que elas alterem meu grau de vibração. Sou eu que entro no jogo delas, de alguma maneira.
Porque na verdade, não existe jeito certo ou errado.
Existe o jeito de cada um, a verdade de cada um.
O certo, para todos nós, é sermos fiéis à nossa essência, mesmo que seja diferente de todos ao redor.
Quando me encontrar com estas pessoas, irei tentar me equilibrar. Focar em quem sou, no que realmente ME faz feliz, e não o que todos pensam que deva nos fazer felizes.
Vou tentar agir assim.
E o que me faz feliz? Tantas coisas...
- ouvir músicas calmas;
- com minha família;
- contato com a natureza;
- cores;
- realizar algum tipo de arte ou artesanato;
- ter boas conversas com bons amigos;
- escrever;
- nascer ou por do sol;
- mar;
- montanhas;
- ficar olhando um rio passar;
- observar insetos ou animais maiores;
- cozinhar com tempo para pessoas especiais;
- abraços;
- ganhar um sorriso expontâneo quando ando pelas ruas;
- ver paina voando;
- canto de pássaros soltos;
- grilos ou cigarras;
- ver o sereno nas teias de aranha;
- tomar chuva no verão;
- pegar onda de jacaré;
- gargalhada das minhas filhas;
- ver minhas filhas dormindo em paz;
- ter meus pais ao meu lado;
- conseguir aliviar a dor de alguém;
- bolo ao sair do forno;
- me sentir bem vinda;
- deitar no chão para ver estrelas;
- voar de avião;
- soltar pipa;
- segurar pintinho ou patinho nas mãos;
- gatos e cachorros;
- cheiro de livro novo;
- lãs;
- bem-te-vi;
- fazer aniversário;
E tantas outras coisinhas....
E tudo isso é de graça...
Essa sou eu, um pouco de tudo, sorrisos misturados às lágrimas.
Um dia de cada vez!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Sobre ser mãe

Sempre quis ser mãe, a vida toda!
Mas para falar a verdade, não tinha um pingo de noção do que significava a maternidade.
Ao me imaginar mãe, me via linda, passeando no shopping com um carrinho de bebê... se fui duas vezes na vida com bebê ao shopping, foi muito...
Não imaginava que era difícil, não imaginava que em cada fase, haviam segredos que ninguém conta.
Não sabia que amamentar era difícil, não sabia que ficar sem dormir tanto tempo me abalava emocionalmente. Não sabia que poderia gostar tanto de uma pessoinha assim. Não sabia que teria dúvidas sobre educação, saúde, cuidados, alimentação, não poucas dúvidas, mas muitas, muitas.
E então os filhos crescem, e mudam as dúvidas. As preocupações.
Porque aquela pessoinha que saiu da gente, pensa diferente de nós, e age completamente inusitadamente. E por muitas vezes, não sei oque dizer, o que pensar.
E eu não queria que crescessem, não queria que sofressem, que fossem traídos nem enganados. Porque prefiro que me maltratem, mas não aos meus filhos.
E como é triste vê-los sofrerem. Como é difícil vê-los terem suas primeiras decepções. Preciso estar ao lado deles, firme, secando suas lágrimas e sabendo por dentro, que crescer dói, muito.
Preciso deixar passarem pelas dificuldades, ouvirem os nãos da vida, porque infelizmente, a vida nos dá muitos nãos, e se eu os protegerem dos nãos, serão adultos infantis, que não sabem perder, não sabem se controlar nas adversidades. Que também são muitas!
E quero estar sempre por perto, ao lado.
Ouvindo, participando, compartilhando, chorando junto.
Porque afinal, eu também não sei ser mãe.
Estou aprendendo na prática.
Tentativa e erro.
E peço desculpas pelos erros, porque não são por mal, pelo contrário, são para tentar acertar.
E o mais difícil disso tudo, é que é uma viagem intensa, rápida, complicada, associada a muitos outros aspectos que estamos lidando pela primeira vez.
Pais envelhecendo. Doença na família. Dificuldades financeiras. Relacionamentos familiares conturbados.
Ser mulher moderna. Se nós soubéssemos mais cedo, como isso é uma mentira...
Não existe mulher moderna.
Existe mulher, apenas mulher, que tenta dar conta... De coisas demais.
E na verdade, o que realmente importa, é estar em paz por dentro.
E tudo dará certo...
Assim espero.