sábado, 3 de outubro de 2015

Esquadrilha da fumaça

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Hoje teve apresentação da Esquadrilha da Fumaça, aqui na minha cidade.
Moro num lugar onde é fácil o acesso à visualização do show aéreo.
Estava com minha filha mais velha.
Ela, no meio de sua adolescência, só pensava nos amigos e confusões naturais da idade, alheia ao aviões dando piruetas e vôos rasantes sobre sua cabeça.
Eu observava todos ao redor.
Idosos, mulheres com bebês, homens com binóculos, crianças imitando aviões.
Achei graça, na diversidade de emoções, envolvendo um mesmo evento, num mesmo local.
Me senti sozinha. Isolada.
Engraçado como em muitas vezes, me sinto fazendo parte do todo, mas noutras vezes, me sinto absolutamente só no mundo.
Não me senti triste, apenas só.
Era como se olhasse o momento de fora.
Como se não estivesse por inteira, como se estivesse apenas por um momento.
Percebi claramente, como a vida é feita de momentos.
Passageiros.
Me senti a passageira do momento, como se estivesse nos aviões e apenas observasse as pessoas.
E cada pessoa, vivendo seu mundo, seus sonhos, dores, problemas, medos.
Somos sós.
Somos isolados.
Como fazer para estabelecermos um contato real?
Como estabelecer o contato das almas?
Como despertar uma conexão de verdade? Como despertarmos deste estado letárgico?
Hoje conheci uma senhorinha.
Ela cuida do jardim, deste local onde corro pelas manhãs e que nas tardes, passeio com meu cachorro.
Ela cuida das flores, planta árvores frutíferas e flores coloridas.
Ela faz pelo todo.
Ela faz pelo planeta.
Busca um mundo melhor, mais bonito.
Faz a parte dela.
Enquanto ela falava, meus olhos se encheram de lágrimas.
Senti que ela realmente vivia o que eu prego. Ainda estou engatinhando.
Mas ela mudou meu dia.
Seu exemplo.
Sua simplicidade.
Sua ação.
Quero ser assim, uma peça no todo, por um mundo melhor.
Obrigada, Dona Nobuko.
Que eu traga flores para este mundão, assim como você faz tão calmamente.
Obrigada!

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